Modernismo

O Modernismo teve início em meio à fortalecida economia do café e suas oligarquias rurais. A política do “café-com-leite” ditava o cenário econômico, ilustrado pelo eixo São Paulo - Minas Gerais. Contudo, a industrialização chegava ao Brasil em conseqüência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e ocasionou o processo de urbanização e o surgimento da burguesia.

O número de imigrantes europeus crescia nas zonas rurais para o cultivo do café e nas zonas urbanas na mão-de-obra operária.
Nesta época, São Paulo passava por diversas greves feitas pelos movimentos operários de fundamentação anarquista.

Com a Revolução Russa, em 1917, o partido comunista foi fundado e as influências do anarquismo na sociedade ficavam cada vez menos visíveis. A sociedade paulistana estava bastante diversificada, formada por “barões do café”, comerciantes, anarquistas, comunistas, burgueses e nordestinos refugiados na capital.

O Modernismo tem seu marco inicial com a realização da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. O grupo de artistas formado por pintores, músicos e escritores pretendia trazer as influências das vanguardas européias à cultura brasileira. Estas correntes européias expunham na literatura as reflexões dos artistas sobre a realidade social e política vivida. Por este motivo, o movimento artístico “Semana de Arte Moderna” quis trazer a reflexão sobre a realidade brasileira sócio-política do início do século XX. 

  • A orgia Intelectual 

A Semana de 1922 representa o marco do lançamento público do Modernismo Brasileiro, uma vez que os artistas que lá exibiam suas obras tinham como objetivos a ruptura com as tradições acadêmicas, a atualização das artes e da literatura brasileiras em relação aos movimentos de vanguarda europeus e o encontro de uma linguagem autenticamente nacional. A idéia era atualizar culturalmente o Brasil, trazendo as influências estrangeiras, colocando-o ao lado dos países que já haviam atingido sua independência no plano das idéias, das artes plásticas, da música e da literatura. A partir dela, iniciou-se uma década de polêmicas, provocações, invenções, brigas estéticas, enfim, uma farra que parecia inesgotável, levando Mário de Andrade a afirmar que os oito anos que se seguiram à "festa" do Teatro Municipal foram "a maior orgia intelectual que a história artística registra".

Capa da Klason de Agosto de  1992 .A revista mensal da Arte Moderna.
  • Primeira  Geração do Modernismo
A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera. Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor.
 
Segunda Geração do Modernismo  

Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. 

Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade. A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais.

Terceira Geração do Modernismo



Com a transformação do cenário sócio-político do Brasil, a literatura também transformou-se. O fim da Era Vargas, a ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o contexto da Guerra Fria, foram, portanto, de grande influência na Terceira Fase. Na prosa, tanto no romance quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica e introspectiva, tendo como destaque Clarice Lispector.


O regionalismo, ao mesmo tempo, ganha uma nova dimensão com a recriação dos costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa, penetrando fundo na psicologia do
jagunço do Brasil central. A pesquisa da linguagem foi um traço caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de instrumentalistas.


A geração de 45 surge com poetas opositores das conquistas e inovações modernistas de 22. A nova proposta, inicialmente, é defendida pela revista
Orfeu em 1947. Negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras características modernistas, os poetas de 45 buscaram uma poesia mais “equilibrada e séria”, tendo como modelos os Parnasianos e Simbolistas. No fim dos anos 40, surge um poeta singular, não estando filiado esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto.

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Arcadismo (ou Neoclassicismo)

 O que foi o Arcadismo? 
  O Arcadismo foi um estilo literário que perdurou pela maioria do século XVIII, tendo como principal característica o bucolismo, elevando a vida despreocupada e idealizada nos campos. Muitos dos participantes da Conjuração Mineira foram poetas árcades. 
   O Ano de 1768 é considerado a data inicial do arcadismo no Brasil, com dois fatos marcantes: a fundação da arcádia Ultramarina, em Vila Rica; a publicação de obras, de Cláudio Manoel da Costa.
A Escola Setecentista desenvolve-se até 1808 com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, que com suas medidas político -administrativas, permite a introdução do pensamento pré - romântico no Brasil.

Autores  Principais no Brasil 
Frei Santa Rita Durão (1722-1784)
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Basílio da Gama (1741-1795)
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793)
Silva Alvarenga (1749-1814)

Cliquem nos links para conhecer mais sobre os autores

 
Obras marcantes: 
  • O Uraguai, 1769
  • Cartas Chilenas
  • Caramuru

Características do Arcadismo: 

1. Caso: Uma característica bem conhecida do Arcadismo é o "Carpe Diem" (aproveita o dia ), um estilo de vida que define a pessoa a está sempre curtindo como se hoje fosse o seu ultimo dia.
"...E agora eu sei que eu devo viver
Daí eu já posso morrer..." 
(Carpe Diem - Fresno)

2. Caso: Valorização da natureza em relação a cidade onde tudo é motivo de confusão, cujo nome é Fugere urbem (Fugir da cidade)
"Moro num lugar
 ...Tenho tudo aqui
Umas vaquinha leiteira, um burro bão
Uma baixada ribeira, um violão e umas galinha 
Ô vida boa, 
sapo caiu na lagoa..."
(Vitor e Léo - Vida Boa)



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O Barroco

O que foi o barroco? 

   Dada inicialmente na Itália estilo artístico que floresceu entre o final do séc. XVI e meados do séc. XVIII.  De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente, o que teria resultado em diferenças na expressão artística de cada período.

Contraste entre Barroco e Renascimento

Enquanto um colocava as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas e o Barroco temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. (Mas nem sempre as características estão evidentes) 

  • Artistas que se destacaram-se no barroco no cenário Brasileiro. 



Características do Barroco.


1. Caso: Quando fazemos algum de errado e depois nos dando conta do que fizemos, temos um sentimento de culpa de arrependimento. Isto é uma das características do barroco. 
   "...Fui pior que você,
  Pois eu soube esconder 
  Então já não se culpe meu bem, 
  Eu sou culpada também..." 
(Culpada - Wanessa) 
  Nesta letra podemos perceber que a interprete fala sobre culpa e o arrependimento.

A CRISTO N. S. CRUCIFICADO, estando o poeta(Gregório de Matos) na última hora de sua vida 

Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
2 Em cuja lei protesto de viver,
3 Em cuja santa lei hei de morrer,
4 Animoso, constante, firme e inteiro:

Neste lance, por ser o derradeiro,
6 Pois vejo a minha vida anoitecer;
7 É, meu Jesus, a hora de se ver
8 A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

9 Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

10 Porém pode ter fim todo o pecar,
11 E não o vosso amor que é infinito.

12 Esta razão me obriga a confiar,
13 Que, por mais que pequei, neste conflito
14 Espero em vosso amor de me salvar.  "

2. Caso: Teocentrismo ocorre inúmeras vezes, um exemplo disso quando se fala de perdão. 
".... Perdoa por eu não poder te perdoar

Dói muito mais em mim não ter a quem amar
Ecoa em mim o silêncio dessa solidão..."

(Em cada Poça desta rua - Fresno) 

Poesia Gregório de Matos
BUSCANDO A CRISTO

1 A vós correndo vou, braços sagrados,
2 Nessa cruz sacrossanta descobertos,
3 Que, para receber-me, estais abertos,
4 E, por não castigar-me, estais cravados.
5 A vós, divinos olhos, eclipsados
6 De tanto sangue e lágrimas abertos,
7 Pois, para perdoar-me, estais despertos,
8 E, por não condenar-me, estais fechados.

9 A vós, pregados pés, por não deixar-me,
10 A vós, sangue vertido, para ungir-me,
11 A vós, cabeça baixa p ‘ra chamar-me.

12 A vós, lado patente, quero unir-me,
13 A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
14 Para ficar unido, atado e firme.

3. Caso: Há duas características do barroco, um simples contraste entre bem versus mal. 
"... Então faça a sua escolha logo e se decida

Vai querer o mal ou o bem pra sua vida?
O tempo é muito curto, não pode demorar
Escolha qual caminho você vai querer trilhar..."

(Bem e Mal - Nx Zero)




4. Caso: Conceptismo, na trilha de um raciocínio lógico. 
O cérebro chama o coração de estúpido por se levar na emoção, cérebros são levados pela razão.

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Parnasianismo

Para inicio de conversa irei introduzir as caracteristicas desse classe literária :

  •  OBJECTIVISMO E IMPESSOALIDADE
O poeta deve ser neutro diante da realidade, esconder seus sentimentos, sua vida pessoal. A confissão íntima e o extravasamento subjectivo, tão caros aos românticos, são vistos como inimigos da poesia. O Eu precisa se apagar frente do mundo objectivo, eclipsar-se. O espectáculo humano, cenas da natureza ou simples objectos são registrados, sem que haja interferências da interioridade do artista.
  •  ARTE PELA ARTE
Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só vale por si própria. Ela não tem nenhum sentido utilitário, nenhum tipo de compromisso. É auto-suficiente e justifica-se apenas por sua beleza formal.
  •  CULTO DA FORMA
O resultado da visão descompromissada é a celebração dos processos formais do poema. A verdade de uma obra de arte passa a residir apenas em sua beleza. E a beleza é evidenciada pela elaboração formal. Logo:


POESIA = VERDADE = BELEZA = FORMA

Mas para os parnasianos forma seria a maneira de que poema pode ser apresentado, seus aspectos exteriores. Forma seria, então, a técnica de construção do poema. Isso representava uma simplificação primária do fazer poético e do próprio conceito de forma que passava a ser apenas uma fórmula. Uma fórmula resumida em alguns itens básicos:

a) Metrificação rigorosa: os versos devem ter o mesmo número de sílabas poéticas, preferencialmente doze sílabas (versos alexandrinos), os preferidos na época.
Ou apresentar uma simetria constante, do tipo: primeiro verso de oito sílabas, segundo de quatro sílabas, terceiro de oito sílabas, quarto com quatro sílabas, etc.


b) Rimas ricas: os poetas devem evitar as rimas pobres, isto é, aquelas estabelecidas por palavras da mesma classe gramatical, como substantivo com substantivo, adjectivo com adjectivo, etc.

Exemplos disso é o poema Via Láctea de Olavo Bilac que se encontra rimas muito ricas.

Via Láctea

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

c) Preferência pelo soneto: os parnasianos reivindicam a tradição clássica do soneto, composição poética de quatorze versos - articulada obrigatoriamente em dois quartetos e dois tercetos - e que se encerra com uma "chave de ouro", espécie de síntese do poema, manifesta tão somente no último verso.


Um exemplo disso é um Soneto de Patativa de Assaré autor conteporâneo Parnasiano .



Amanhã


"Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.

Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.

Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã. 

 
Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã."



d) Descritivismo: eliminando o Eu, a participação pessoal e social, só resta ao parnasiano uma poética baseada no mundo dos objectos, objectos mortos: vasos, colares, muros, etc. São pequenos quadros, fortemente plásticos (visuais), fechados em si mesmos, com grande precisão vocabular e frequente superficialidade.

Exemplo de Descritivismo é esse poema  de Alberto de Oliveira ao relatar um vaso grego.

Vaso Grego



Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de os deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.


Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.


Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas há de lhe ouvir, canora e doce,


Ignota voz, qual se de antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
  •  TEMÁTICA GRECO-ROMANA
Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguem articular poemas sem conteúdo e são obrigados a encontrar um assunto desvinculado no mundo concreto para motivo de suas criações. Escolhem a Antiguidade Clássica, aspectos de sua história e de sua mitologia.

  A poesia   contemporânea apresenta nomes como Patativa do Assaré, Ana Cristina César, Adélia Prado e Mário Quintana, entre outros

Os principais poetas dessa classe literaria :


  1. Olavo Bilac  
  2. Alberto de Oliveira
  3. Raimundo Correia 



    Olavo Bilac ,Alberto de Oliveira e Raimundo Correia

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    Pré-Modernismo

    O Pré-Modernismo não pode ser considerado um escola literária, mas sim um período literário de transição do Realismo/Naturalismo para o Modernismo. De caráter inovador, a maioria de seus membros não se enquadra como Modernistas por não terem sobrevivido o suficiente para participar ou terem criticado o movimento.

    No início do século XX, a literatura brasileira atravessava um periodo de transição.
      


    •  Tendências – Duas tendências básicas podem ser notadas entre os autores da época:

    a) Conservadora – Percebida na produção poética de Olavo Bilac (e de todos os outros parnasianos) e de Cruz e Sousa, representante da estética simbolista. A poesia é elaborada dentro dos moldes de perfeição, obediente a normas e presa a temas alheios à realidade brasileira.

    b) Inovadora – Presente nas obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato, Afonso Arinos. As várias realidades do Brasil são expostas, e o leitor começa a perceber que vive em um país de contrastes. A linguagem pomposa e artificial começa a perder terreno para uma expressão mais simples, fiel à fala cotidiana. Nesse aspecto, Lima Barreto é o legítimo representante das classes iletradas.

    •  Caracteristicas do Pré-Modernismo


    Ruptura com o passado  – Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo.


    Exemplo disso esta o poeta Manuel Bandeira que propõe uma nova póetica,critica a poesia tradicional ainda vigente, uma caracteristica classica da transição Modernista .


    Poética

    Estou farto do lirismo comedido
    Do lirismo bem comportado
    Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
    protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
    Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
    cunho vernáculo de um vocábulo.
    Abaixo os puristas

    Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
    Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
    Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

    Estou farto do lirismo namorador
    Político
    Raquítico
    Sifilítico
    De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
    de si mesmo
    De resto não é lirismo
    Será contabilidade tabela de co-senos secretário
    do amante exemplar com cem modelos de cartas
    e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

    Quero antes o lirismo dos loucos
    O lirismo dos bêbados
    O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
    O lirismo dos clowns de Shakespeare

    - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.






    Regionalismo – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.

    Literatura-Denuncia  – Os livros são escritos em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da civilização urbana) é substituído por um Brasil não-oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).


    No nosso cotidiano as Literatura-Denuncia é bastante empregada para relatar os males da sociedade . 

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    Romantismo - 1ª geração - Nacionalista

    
    
    D.Pedro I declarando a independência às margens do Ipiranga em 1822
     
    Em 7 de setembro de 1822, após a independência do Brasil, um grande clima de euforia tomava conta dos brasileiros.
    O mesmo clima eufórico que se passa no Brasil hoje em dia quando chega a Copa do Mundo, quando as pessoas pintam as ruas de verde e amarelo, colocamos bandeiras nas ruas, quando torcemos desesperadamente pela nossa seleção, na perspectiva de mais um título.
    Na literatura a busca da identidade nacional marcou a 1ª fase do movimento literário conhecido como Romantismo, no que se refere a poesias.
    A Natureza era bela, o índio o herói. Tudo que mostrasse o quão melhor fosse o Brasil, comparado a Portugal ou qualquer outra nação, era válido.
    Reparem também que o sentimentalismo era outra característica importante desse movimento litrário.


    Canção do Exílio – Golçalves Dias (trecho)
    “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá
    As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá
    Nosso céu tem mais estrelas
    Nossas várzeas tem mais flores
    Nossos bosques tem mais vida
    Nossa vida mais amores.”
    Reparem que “Minha terra” é o Brasil, a terra exaltada, onde tudo é mais belo. No momento em que ele diz “As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como la´”, o autro revela que está em Portugal e sente saudades do Brasil.
     Curiosidade: esse trecho do poema pode ser encontrado no hino nacional.

    Trecho:
    “Do que a terra mais garrida
    Teus risonhos lidos campos tem mais flores
    Nossos bosques têm mais vida
    Nossa vida, em teu seio, mais amores.”

    Esse sentimento ufanista, também pode ser encontrado nessa música de Gal Costa:


    Aquarela do Brasil (interpretação : Gal Costa)
    Composição: Ary Barroso
    (Trecho)
    Brasil, meu Brasil Brasileiro
    Meu mulato inzoneiro
    Vou cantar-te nos meus versos
    Ô Brasil, samba que dá
    Bamboleio, que faz gingar
    Ô Brasil do meu amor
    Terra de Nosso Senhor
    Brasil, Brasil, prá mim, prá mim...
    Junto com esse ufanismo, veio também a exaltação do índio. Isso porque o índio era nativo do Brasil, antes da chegada dos portugueses.

    Mostraremos uma música contemporânea, onde o índio é o herói da história.
     
    Canibal - Ivete Sangalo
    Morava numa ilha perdida e deserta
    Deserta, ilha deserta da dor
    Sonhava com um índio
    Que me desse alegria
    E esse índio era você amor(2x)

    Com um penacho na cabeça, de uma tribo de paz
    Tocava tambor, eu quero mais, eu quero mais(2x)

    O seu amor é canibal
    Comeu meu coração
    Mas agora eu sou feliz
    O seu amor é canibal
    Meu coração
    Agora é todo carnaval(2x)
    Outro exemplo disso é o personagem de Turma da Mônica: Papa Capim. Foi uma tentativa do autor Maurício de Souza resgatar a imagem do índio, o 1º nativo do Brasil, e não focar somente nos protagonistas (Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e outros).

    Então, como pode ser notado: as principais características da 1ª geração romântica no Brasil são: Ufanismo, sentimentalismo e indianismo.

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    Romantismo - 2ª fase poesia

    A segunda geração do romantismo, também conhecida como Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
    Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans.


    "No Brasil, ultra-românticos foram os poetas-estudantes, quase todos falecidos na segunda adolescência, membros de rodas boêmias, dilacerados entre um erotismo lânguido e o sarcasmo obsceno. Os que dobraram a casa dos vinte e cinco acumularam os fracassos profissionais e os rasgos de instabilidade, confirmando a índole desajustada desses 'poetas da dúvida', a que faltam por completo a afirmatividade dos românticos indianistas e a combatividade dos condoreiros."
    (José Guilherme Merquior)



    Nessa fase, as frustrações, o pessimismo, a fuga da realidade, a vida boêmia, spleen (tédio), o ambiente noturno e fúnebre, foram as principais características. Além disso, a mulher era um ser intocável, altamente desejada, mas o medo de amar era profundo.

    Outras características

    • Liberdade criadora (o conteúdo é mais importante que a forma; são comuns deslizes gramaticais);
    • Versificação livre;
    • Dúvida, dualismo;
    • Tédio constante, morbidez, sofrimento, pessimismo, negativismo, satanismo, masoquismo, cinismo, autodestruição;
    • Fuga da realidade para o mundo dos sonhos, da fantasia e da imaginação (escapismo, evasão);
    • Desilusão adolescente;
    • Idealização do amor e da mulher;
    • Subjetivismo, egocentrismo;
    • Saudosismo (saudade da infância e do passado);
    • Gosto pelo noturno;
    • Consciência de solidão;
    • A morte: fuga total e definitiva da vida, solução para os sofrimentos;
    • Sarcasmo, ironia.

    (...) Como o desterro de minh’alma errante,
    Onde fogo insensato a consumia:
    Só levo uma saudade – é desses tempos
    Que amorosa ilusão embelecia.
    Só levo uma saudade – é dessas sombras
    Que eu sentia velar nas noites minhas ...
    De ti, ó minha mãe, pobre coitada
    Que por minha tristeza te definhas!
    De meu pai... de meus únicos amigos,
    Poucos – bem poucos – e que não zombavam
    Quando, em noites de febre endoudecido,
    Minhas pálidas crenças duvidavam.
    Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
    Se um suspiro nos seios treme ainda,
    É pela virgem que sonhei... que nunca
    Aos lábios me encostou a face linda!

    Só tu à mocidade sonhadora
    Do pálido poeta deste flores...
    Se viveu, foi por ti! e de esperança
    De na vida gozar de teus amores. (...)


    Características observadas: melancolia (pronfunda tristeza), idealização da mulher intocável (repare na parte: É pela virgem que sonhei... que nunca / Aos lábios me encostou a face linda!), escapirmo da vida (no momento da sua morte, ele se lembra de quando era criança, de quando vivia com seus pais), desilusão amorosa.

    Aqui está um exemplo de música gótica, que retrata um pouco características da 2ª fase do romantismo: Temas fúnebres e a morte como solução dos problemas.



    End Of My Hope (O fim de toda Esperança) - Nightwish



    É o fim de toda a esperança
    Perder a criança, a fé
    Acabar com toda a inocência
    Ser alguém como eu

    Reparem a presença do eufemismo, pq o autor da música utiliza-se de palavras mais brandas, que substituem o termo "vida", pois, na letra, caso fosse empregada, soaria mais forte.

    Não acordarei para está manhã
    Para ver outra rosa negra nascida
    O leito de morte é lentamente coberto com neve

    Reparem também uma característica marcante da 2ª fase do romantismo: o Spleen, tédio ou desgosto pela vida

    Ferido está o cervo que pula mais alto
    E minha ferida é tão profunda
    Desligue a luz e deixe me puxar o plugue

    As primeiras frases representam o spleen, já a última revela a consequência disso: o interesse da morte como solução dos problemas.

    Mandylion sem uma face
    Pedido de um moribundo sem uma oração
    Fim da esperança
    Fim do amor
    Fim do tempo
    O resto é silêncio
    Outra passagem da música que utiliza-se de eufemismo para subsituir o termo: vida.

    Outra característica: a vida boêmia...
    Se entregavam a bebida


    Os ultrarromânticos se entregavam à vida noturna


    E outro aspecto muito importante: A idealização da mulher, um ser intocável, um anjo, símbolo da perfeição. E um detalhe: o amor não era correspondido. A seguir, uma música que retrata bem esses aspectos:

    Trecho da música: O grande amor da minha vida

    A gente morou e cresceu na mesma rua
    Como se fosse o sol e a lua dividindo o mesmo céu
    Eu a vi desabrochar, ser desejada
    Uma jóia cobiçada, o mais lindo dos troféus

    Eu fui seu guardião, eu fui seu anjo amigo
    Mas não sabia que comigo
    Por ela carregava uma paixão
    Eu a vi se aconchegar em outros braços
    E saí contando os passos, me sentindo tão sozinho
    No corpo o sabor amargo do ciúme
    A gente quando não se assume
    Fica chorando sem carinho



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